quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Erros nossos e alheios, má fortuna, amor ardente pelo Benfica

Caros co-bloguistas TC e MLeal,

Algumas notas após a leitura dos vosso últimos posts. (isto estava para ser um comentários mas ficou tão longo que resolvi transformá-lo em post).

 Em primeiro lugar, acho que ambos têm razão, ou pelo menos ambos têm boas razões, o que já não é pouco.

Foram apontadas aqui duas vertentes que têm causado o nosso insucesso - erros próprios e o sistema. Concordo com ambas, só não concordo que se hierarquizem as mesmas ou que elas sejam mutuamente exclusivas.
Ou seja: há que apontar e corrigir os erros próprios, e há que continuar a denunciar e combater o sistema. Sem desculpar tudo com os árbitros e o sistema e fechar os olhos aos nossos erros, mas sem também apontar apenas dedos para os nossos e esquecer as injustiças que nos são feitas. A virtude está no equilíbrio entre ambas as abordagens. Eu sei, La Palisse diria o mesmo, mas às vezes o óbvio escapa-nos.

Votei LFV, e acho-o um excelente Presidente, o melhor dos últimos 20 anos pelo menos. Mas LFV tem um problema, percebe pouco de futebol e do que seja gerir uma equipa de futebol. E tem um problema ainda maior; se calhar devido à sombra do seu homólogo lá de cima, não consegue conviver com isso. Enquanto LFV não se convencer que não é a pessoa certa para tomar decisões cruciais sobre a gestão do futebol, ou pelo menos tomá-las sozinho, temos um problema. Ninguém é bom em tudo, e o nosso Presidente devia concentrar-se naquilo que faz bem, e delegar o que não tem valências para gerir directamente.

Quanto a JJ. Não tenho dúvidas de que é um muito bom treinador. A qualidade do seu trabalho está à vista. Mas estão também à vista as limitações do mesmo; não é um treinador ganhador, daqueles que têm aquele extra que lhes permite vencer nos momentos decisivos, como se viu dolorasamente a época passada. E, aparentemente, tem também um qualquer complexo com o nosso rival lá de cima, como o parece demonstrar a série de maus resultados nos confrontos directos, e o inacreditável ajoelhar no estádio deles a época passada.

Um abraço aos dois e a todos os Benfiquistas nesta hora difícil. Estamos todos a sofrer por igual, tenho a certeza disso, e a diferença de opiniões e abordagens resulta disso mesmo. Cada um sofre à sua maneira.

3 comentários:

  1. Estou de acordo e multiplico tudo o que referiste.

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  2. No meio de tanto desvario por essa blogosfera fora, haja alguém com maturidade e bom senso para acalmar as hostes e apontar "o caminho das pedras "...

    Gostei

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  3. Caro Artur,

    Agradeço o teu excelente texto, obviamente que concordo contigo, o equilíbrio é sempre a melhor solução.

    O que me separa do MLeal não é a chegada mas sim o ponto de partida. Ele justifica os nossos insucessos com o sistema corrupto, eu acho que os nossos erros são acentuados pelo sistema corrupto. Até na forma como combatemos o sistema cometemos erros, logo estou em crer que se tivermos a competência para corrigirmos as nossas debilidades conseguiremos combater melhor o sistema. Além disso acho que para entrarmos numa guerra teremos que ser fortes e como as coisas estão o mais provável é sairmos derrotados e sem credibilidade.

    Quanto à questão LFV, disse-o no comentário que fiz ao meu post. Defendo a sua saída do futebol do Benfica, não defendo a sua saída do clube ou da SAD, e não é de hoje, já digo isso desde as penúltimas eleições (frente ao Bruno de Carvalho). Se não for possível ter LFV fora do futebol sem este sair do clube e SAD então que assim seja, agora manutenção disto é que não.

    Por último o nosso treinador: acho que a sua competência amenizou em muito a incompetência de uma estrutura “liderada” por LFV. Tal não foi suficiente para ganhar, há duas épocas por razões alheias (o tal sistema) na última época por culpa própria. Não deixei de considerar que JJ é competente apenas considero que face aos acontecimentos e à não resolução de pendentes por parte da tal estrutura, ele deixou de ter condições para treinar o nosso clube. Infelizmente está-se a constatar que assim é. Defendia a sua saída e ainda defendo (mas menos, parecia-me muito infeliz despedi-lo agora) e até acho que daqui a dois anos seria uma bela hipótese de considerar o seu retorno.

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