terça-feira, 5 de abril de 2011

O Eu e o Nós

Ninguém gostou menos do que eu de ver o rival festejar na Luz. Continuo a acordar durante a noite e a levantar-me de manhã na esperança de que não tenha passado de um pesadelo, mais um em que o Mal vence o Bem. Mas, apesar de saber que me arriscava a viver semelhante experiência, fui ao nosso estádio no domingo. Passei o jogo todo irritado. Aliás, é assim que costumo viver os jogos com aquele clube. Não é nervoso, é irritado pelo simples facto de eles estarem ali. Vociferei contra o árbitro, chamei-lhe tudo o que é desagradável e mandei-o para todo o lado. Fiz o mesmo com jogadores e adeptos adversários. Mas, pelo menos, não fiquei em casa. Sim, porque não aceito a justificação daqueles que não quiseram gastar um pouco do que têm por não pretenderem "ver a festa daqueles gajos". A primeira forma de o evitar era estarem ao lado da equipa, apoiando-a, incentivando-a, ajudando-a a chegar à vitória.

É evidente que as coisas estão mais nas mãos dos jogadores do que nas dos adeptos. Por milhares que fôssemos, pouco poderíamos fazer contra o 'frango' do Roberto, por exemplo. Mas deveríamos ter enchido o estádio de vermelho (excepto aquele sector que necessita de desinfecção). É a diferença entre o Eu e o Nós. Entre o que ficou em casa e aquele que, mesmo perante a perspectiva de ver felizes aqueles que despreza, preferiu estar com a equipa. Porque, acreditem, também os jogadores e treinadores queriam ganhar o jogo. E de certeza que lhes custou ver o rival fazer a festa.

Falharam, pois, muitos associados do Benfica. Até poderiam ter saído mais cedo. Era legítimo, mas teriam marcado presença. Eu preferi ficar até ao fim e despedir-me da equipa com aplausos e gritos de "Benfica! Benfica! Benfica!". Tal como preferi ir ontem perto da hora de almoço comprar bilhetes para a final da Taça da liga. Eu e mais duas pessoas (!!!) que adquiriam ingressos para o Benfica-PSV e para a meia-final da Taça de Portugal. Pois é, não havia lá mais ninguém e parece-me que a assistência do jogo de quinta-feira, decisivo para tentarmos voltar a uma final europeia mais de 20 anos depois, será decepcionante. Não compreendo. Não é isto o Benfiquismo...

2 comentários:

  1. http://abola.pt/nnh/ver.aspx?id=256201

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  2. O link do último comentário é sobre o labrego do avançado do sportem do futsal, não é sobre este artigo.

    Quanto à escolha de ir ou não ou Estádio, eu decidi deixar a minha cadeira vazia (apesar de já paga) em sinal de protesto pela roubalheira que foi este campeonato. Só tive pena por não ter podido lá ir na véspera deixar um lençol na minha cadeira com a mensagem "FRUTA, NÃO OBRIGADO!".

    A minha cadeira voltará a estar ocupada até ao final do campeonato quando o adversário não for a equipa mais corrupta do mundo.

    E achei bem o apagar da Luz, nem um cêntimo para promover a festa corrupta daqueles bandidos. Foi pena depois terem gasto água. Alguém me disse que se ainda fosse tinta vermelha então ainda tinha valido a pena. O pior é que depois ia dar trabalho voltarmos a ter o verde da relva para pisar. :-)

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